segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A chamada

O telefone toca e a noite, de subito, perde o rumo da alvorada. O estômago ainda agora late, horror físico que os anos parecem incapazes de desgastar, consolo reservado mesmo às pedras mais duras. Cinco da manhã e a campainha segue, lancinante farol, suspenso pela mão que leva o aparelho ao ouvido. A torre então se apaga, e a voz - ele já não está - espalha a escuridão por todo alto-mar.

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