quinta-feira, 17 de julho de 2008

Vanilla

O cinto branco e grosso, que lhe expunha a diminuta cintura, comprimia não sei quantas bolinhas brancas do vestido rodado. Uma gota leitosa, clara como a tarde, começou a escorrer bem junto aos largos botões do peito, até ser plenamente absorvida pelo algodão. A língua rosada da moça, fremente e certeira, consumia o luminoso amarelo, já esfera disforme na boca do cone, e eu, que até então desejara tantas outras moças semelhantes a ela no passeio, senti brotar, como um pranto, um sentimento paternal.

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