terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O ouriço

Saiu do mar e se jogou no meu colo, esfriando-me a pele que o sol abrasava. Seus cabelos molhados, ferrugem dúctil quando secos, eram algas vivas e escuras, percorridas por meus dedos no afã de desfazer-lhe a trança única que ela sempre tramava antes de entrar nas águas.
Por debaixo do cordame, surgiu um pescoço branco que percorri até chegar a cada uma das pedras salientes de suas vértebras. Logo veio à luz um pequeno ouriço que se cravara na carne branca da nuca.
Havia também outra marca - relevada -, dentes que eu não conhecia.

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